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Obras em estradas do Paraná aumentam custo no transporte de grãos para exportação
Transportadores estimam prejuízo de R$ 460 milhões em combustível, atrasos e até em roubo nas estradas. Apesar dos bloqueios, volume embarcado segue acima de 2022.
Segundo o Departamento de Economia Rural do Paraná, a safra de soja já foi colhida em 90%, devendo alcançar 22 milhões de toneladas este ano, sendo 15,7 milhões de toneladas com destino ao Porto de Paranaguá.
Nos três primeiros meses de 2023, foram embarcadas 6,170 milhões de toneladas de soja, milho e farelos pelo porto, um aumento de 6,7% em relação ao mesmo período do ano anterior, com uma média de 1.190 veículos por dia.
Embora a capacidade de infraestrutura portuária esteja preparada para atender esse escoamento, a dificuldade em levar a soja das fazendas ao porto persiste devido a um enorme deslizamento de terra na BR-277, que ocorreu há quatro meses e ainda causa a realização de obras para recuperação da pista, gerando desvios e aumentando o tempo de viagem e custo com combustível. O setor de transporte de cargas estima um prejuízo de R$ 460 milhões.
“Tivemos aumento no índice de acidentes naquele trecho, com caminhões batendo atrás do outro e até mesmo no guindaste que estava trabalhando. Isso gerou atrasos na entrega de mercadorias ao Porto de Paranaguá, além de atrasos na subida de Paranaguá para o interior com fertilizante, aumento do furto de carga e pagamento de diárias para motoristas que ficam mais tempo em Paranaguá”, afirma Sérgio Malucelli, presidente do Sistema Fetranspar.
“Devido às operações na serra, está muito complicado. Tem muita fila para subir e descer, e não sabemos até quando isso vai durar. É complicado. Antes, a viagem da Lapa até aqui durava três horas, mas agora está demorando sete, mais que o dobro do tempo”, reclama o caminhoneiro Antonio Saldanha.
Segundo o presidente do Sindicato dos Condutores de Veículos Rodoviários de Paranaguá, Josiel Veiga, todos os caminhoneiros que vão para o litoral do Paraná enfrentam filas de até 15 quilômetros.
“Há risco de assalto. Isso acontece muitas vezes, e os caminhoneiros também enfrentam furtos de carga, conhecidos como vazada. A polícia está presente, mas não consegue prender todos os criminosos. Isso tudo afeta diretamente os caminhoneiros”, explica.
O Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná anunciou que as obras serão concluídas no próximo final de semana, com a retirada do guindaste e a liberação das faixas de tráfego.
Fonte:https://www.canalrural.com.br/parana/obras-em-estradas-do-parana-prejudicam-escoamento-de-soja-para-portos/