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Mercado do boi gordo em junho pode ter algum fôlego

Oferta de boiadas diminuindo, retomada das atividades e exportações podem trazer força ao mercado boi gordo em junho.

Nas últimas semanas, o mercado do boi gordo, que vinha praticamente estável há um bom tempo, tem dado sinais de firmeza. Vamos passar pelos componentes de oferta e demanda para chegar às expectativas.

Oferta de gado para abate

O maior volume de oferta de gado oriundo do final de safra, que chega com a queda da qualidade das pastagens, parece já ter ficado para trás. É possível que ainda ocorram momentos de maior disponibilidade regionalmente, mas a tendência é de redução gradativa no cenário geral.

Essa oferta de final de safra, provavelmente, foi amenizada pelo cenário de menor abate de fêmeas, que têm abates mais concentrados na primeira metade do ano, como apresentado na análise Abates de fêmeas e final de safra.

Para o curto prazo, a tendência é de uma redução da disponibilidade de gado até a chegada de um maior volume de animais de confinamento, o que normalmente começa a aumentar a partir de julho e agosto.

Demanda doméstica

Do lado da demanda, a conjuntura da pandemia mantém o consumo em um nível menor, com muitos estabelecimentos ainda fechados e o desemprego, ou queda de renda, decorrente das medidas de restrição de circulação.

Isso afeta o consumo, além de gerar uma migração de demanda para proteínas de menor valor agregado. No caso dos cortes bovinos, um aumento da demanda pelos cortes de dianteiro.

Para o curto prazo, a expectativa se volta ao período de início de mês, que, mesmo com a conjuntura de pandemia limitando seus efeitos, sempre colabora com o escoamento.

Além da sazonalidade relacionada ao início de mês, a tendência é que, com a flexibilização e retomada gradativa das atividades econômicas, o consumo aumente. Obviamente, teremos questões econômicas importantes que continuarão afetando a demanda, mas a maior movimentação tende a melhorar o escoamento nos próximos meses.

Exportações

Os preços de dianteiros mais firmes ao longo dos últimos meses também têm como explicação as exportações. A China, principal cliente brasileiro, compra principalmente esses cortes.

Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o país respondeu por metade do faturamento das exportações de carne bovina in natura nos primeiros quatro meses de 2020. Se somarmos Hong Kong, o percentual vai para 61%.

patamar cambial segue colaborando com os embarques e, consequentemente, com a demanda por gado para exportações. Nos primeiros quinze dias úteis de maio, o volume médio diário de carne bovina in natura exportado foi 34,5% maior que a média em maio de 2019.

Considerações finais 

A tendência para as próximas semanas e meses é que entremos efetivamente em um cenário de entressafra, com a redução da oferta de gado.

Do lado do consumo, o panorama tende a ser de aumento com o começo do mês e, depois, com a gradativa retomada de mais atividades econômicas, mas sem excesso de otimismo pelo desemprego que as paralisações deixarão.

Para as exportações, a expectativa é que outros clientes, além da China, aumentem gradativamente as compras, com a redução do isolamento social mundo afora.

Com isso, até a chegada de um volume maior de gado de confinamento, a expectativa é de que o mercado tenha espaço para trabalhar mais firme, possivelmente com valorizações.

 

Fonte/link: Por Hyberville Neto – médico veterinário, msc. – https://pastoextraordinario.com.br/https-pastoextraordinario-com-br-mercado-do-boi-gordo-em-junho-2/