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Em meio às incertezas da pandemia, 2020 foi positivo para a agropecuária

Setor foi um dos poucos a crescer e viu a China, mais uma vez, como importante parceira comercial.

Ninguém poderia imaginar o ano que tivemos em 2020. No caso da agropecuária, não poderia ser diferente. Com a pandemia, o mercado ficou incerto para o setor, mas, agora em dezembro, os resultados são animadores.

A produção novamente será recorde no país, pelo terceiro ano seguido. As lavouras de grãos devem gerar em torno de 256 milhões. Um ano de números robustos no campo em meio à pandemia.

 

O Produtor Interno Bruto (PIB), que é a soma de todas as riquezas produzidas no país sofreu um tombo, deve fechar 2020 com queda de 4,3%, mas o agronegócio foi na direção oposta. As projeções estimam que o agro termina o ano com alta de 2,3%.

Mesmo os brasileiros, com orçamento apertado, não deixaram de consumir alimentos, e o auxílio emergencial, para famílias de baixa renda, ajudou neste cenário, explica o ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues.

“Tivemos consumo interno crescente, demanda internacional avançando com muitas exportações. Então, foi um bom ano”, diz.

Esses bons resultados vieram, principalmente, por conta do apetite de compra da China, maior cliente do agronegócio brasileiro. Os chineses compraram muito, de grãos a carne.

E se tem uma aposta que os analistas fazem com tranquilidade é que, em 2021, os asiáticos seguiram ditando o ritmo do agro nacional.

“É preciso estar atento a dois fatos, o primeiro é que o presidente (eleito) americano, presidente Biden, é reconhecidamente um homem muito mais ligado a multilaridades. Será que ele vai flexibilizar as negociações com a China?” afirma Rodrigues.

Outra questão é que a China está refazendo seu rebanho de porcos após a peste suína africana matar milhões de animais no país. Com essa recomposição, a compra de carnes deve diminuir.

“Por outro lado, é sabido que a demanda global continuará. A pandemia trouxe dois conceitos fundamentais para a humanidade. Um é a segurança alimentar e outro é sustentabilidade. De modo que não há nenhuma crise em perspectiva, é preciso estar atento aos mercados”, completa o ex-ministro.