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Crédito rural recua no segundo semestre de 2024
Linhas de crédito rural diminuíram R$ 60 bilhões no período, enquanto recursos privados avançaram 31,5% no ano; dados são do Banco Central.
A contratação de crédito rural no segundo semestre de 2024 registrou uma queda de 22,2% em comparação ao mesmo período de 2023. O volume total recuou de R$ 261 bilhões para R$ 203 bilhões, conforme dados da matriz de crédito rural do Banco Central.
Além disso, o número total de contratos reduziu-se em 13,5%, passando de 1,2 milhão em 2023 para 1,1 milhão no ano passado. O valor médio por contrato também apresentou retração de 9,9%, de R$ 200 mil para R$ 180 mil.
Os impactos foram observados em todas as regiões do país, com destaque para o Centro-Oeste, tradicionalmente uma das áreas mais promissoras do agronegócio brasileiro. A contratação de crédito na região caiu 20,7%, de R$ 68 bilhões em 2023 para R$ 45,1 bilhões em 2024. O valor médio por contrato também teve redução de 16,8%.
No Sudeste, o recuo foi de 14,3%, com o montante contratado reduzindo-se de R$ 64,6 bilhões para R$ 55,3 bilhões, enquanto o valor médio por contrato permaneceu estável.
No Sul, a quantidade de contratos diminuiu 7,2%, e o valor total contratado caiu de R$ 82,9 bilhões para R$ 67,8 bilhões.
A região Norte apresentou a maior queda proporcional no período, com um recuo de 25,5% no volume total contratado, que passou de R$ 18,9 bilhões para R$ 14 bilhões. O número de contratos caiu 22,5%, e o valor médio por contrato registrou leve redução de 4,3%, passando de R$ 341 mil para R$ 326 mil.
No Nordeste, que concentrou o maior número de contratos, o valor total contratado caiu 20,7%, de R$ 26,4 bilhões para R$ 20,9 bilhões. O número de contratos recuou 16,2%, passando de 511 mil para 428 mil, e o valor médio por contrato diminuiu 5,4%, de R$ 51,7 mil para R$ 48,9 mil.
Crescimento dos financiamentos privados
Em contrapartida à retração no crédito rural tradicional, os financiamentos privados voltados ao agronegócio apresentaram forte crescimento. Segundo o Broadcast Agro, os títulos de crédito com recursos privados somaram R$ 1,2 trilhão em novembro de 2024, um avanço de 31,5% em relação ao ano anterior.
O levantamento foi realizado pela Coordenação-Geral de Instrumentos de Mercado e Financiamento, vinculada ao Departamento de Política de Financiamento ao Setor Agropecuário, da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura. A análise considera dados de instituições como a B3, CERC, CRDC, Anbima, Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e Banco Central do Brasil.
Enquanto o setor público reduz sua participação no financiamento do agronegócio, os recursos privados ganham protagonismo, indicando uma mudança no modelo de captação de crédito no setor.
Foto: Divulgação/Embrapa