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Alunos reproduzem obras de pintores famosos nas portas de escola municipal na Zona Norte de SP
Cerca de 40 portas foram pintadas com obras de Portinari, Tarsila do Amaral e Munch. Segundo coordenadora do projeto, a ideia é transformar os corredores da EMEF Rui Bloem em uma ‘verdadeira galeria’ de arte.
Alunos reproduziram obras de grandes pintores nacionais e internacionais nas portas da escola municipal Rui Bloem, em Pirituba, na Zona Norte de São Paulo. São cerca de 40 portas pintadas com pinturas famosas, que vão do expressionismo de Van Gogh à africanidade de Chica Sales.
Segundo a professora de Artes que coordena o projeto, Priscila Trentin, ela sentia que os alunos do 7º ao 9º ano do Ensino Fundamental precisavam sair das pinturas feitas em telas para imergir ainda mais no universo da arte.
“Eu não via a marca dessas crianças na escola e isso me incomodava”, disse Priscila. “Então, eu reuni as crianças que já faziam parte do projeto de pintura em tela e começamos a escolher as obras que iríamos reproduzir nas portas”, completou.
Os estudantes também pintaram grafismos indígenas e artistas modernistas, como Vik Muniz e Basquiat, e reproduziram obras do artista irlandês Christy Brown, que pintava com os pés por conta de uma paralisia cerebral que limitou seus movimentos.
Antes de desenvolver as pinturas, os alunos do projeto tiveram aulas sobre a história de cada autor que desejavam reproduzir. De acordo com Priscila, é neste momento que os alunos entendem o contexto em que a pintura foi feita, o que gera identificação e aproxima os jovens dos artistas.
“Eles se identificam muito com a história dos pintores, pois estão inseridos em um ambiente marginalizado também. Ou seja, ensinando a história do Basquiat, por exemplo, nós podemos falar sobre homossexualidade, dependência química, sobre o gueto e até imigração”, afirma.
“Eu pensava que esses pintores clássicos tinham vidas normais. Pensava que eles cresciam, trabalhavam e se casavam. Quando eu pesquisei mais eu percebi que a vida deles era uma loucura e que não era muito diferente da nossa“, diz a aluna do projeto Keysi dos Santos.
O projeto é realizado no contraturno das aulas e, para o diretor da Emef, Rodolfo Pauzer, ajuda a manter o aluno em contato com o conhecimento.