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PORTOS SUFOCADOS

Brasil Pode Sofrer Apagão Logístico na Safra 2027/28, Mostra Estudo

Levantamento da Macroinfra Aponta que 91% da Capacidade Portuária Já Está Comprometida

O Brasil, maior produtor mundial de soja e um dos principais exportadores de grãos, responde atualmente por 7,8% dos embarques globais. De acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), a produção brasileira de soja, milho e trigo deve crescer significativamente na próxima década, alcançando 379 milhões de toneladas em 2034, um aumento de 27% em relação à safra atual.

Entretanto, um estudo da consultoria Macroinfra alerta para um iminente apagão logístico. Segundo o levantamento, 91,3% da capacidade portuária destinada à exportação de granéis agrícolas já está comprometida, ultrapassando o limite de segurança operacional, estimado entre 80% e 85%.

“Estamos em um pré-gargalo. Com 91% de utilização, já é hora de agir. Caso novos terminais não sejam incorporados à matriz portuária, projetamos que, até a safra 2027/28, atingiremos 100% da capacidade”, afirma Olivier Girard, sócio-diretor da Macroinfra.

Capacidade Portuária em Alerta

O estudo prevê que a utilização dos portos alcance 94,5% em 2025, 96,8% em 2026 e 99,6% no ciclo 2027/28. Esse cenário pode desencadear um apagão logístico, com consequências para toda a cadeia produtiva, caso medidas urgentes não sejam tomadas.

“Sem condições de exportar, a carga se acumulará nos portos, bloqueando armazéns das tradings e, eventualmente, as próprias fazendas. Esse bloqueio inevitavelmente resultará no aumento de custos para toda a cadeia produtiva”, alerta Girard.

Investimentos no Arco Norte

Para evitar o colapso logístico, o estudo enfatiza a necessidade de investimentos em novos terminais portuários, com foco no Arco Norte. A região, que inclui os estados do Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia e Maranhão, é apontada como alternativa estratégica para desafogar os portos do Sul e Sudeste, que concentram atualmente 72,5% da capacidade nacional.

“A produção e as exportações estão crescendo de forma acelerada no Arco Norte. Investir em infraestrutura portuária nessa região é essencial para garantir a competitividade do Brasil no mercado internacional”, conclui Girard.

FONTE: CANALRURAL

FOTO: RICARDO BOTELHO/MINFRA